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Lavar continuamente as mãos, checar várias vezes se as portas estão trancadas, manter tudo completamente organizado, tirar os sapatos antes de entrar em casa. Tudo isso são o que as pessoas acham que o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) seja. O que poucos sabem, é que o transtorno vai muito além dessas “manias”. As consequências do TOC variam de acordo com a gravidade, mas são sempre acompanhadas de angústia e sofrimento.



Quase todo mundo tem alguma mania. Quem nunca conheceu alguém imerso em organização e limpeza? Ou alguém que possui rituais rotineiros e não abre mão por nada? Isso tudo é normal. O problema inicia quando a “mania” sai do controle e vira compulsão e passa a ser chamada de transtorno obsessivo compulsivo. O TOC é uma doença psiquiátrica bastante frequente atualmente, afetando cerca de 2,5% da população mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que até 2020 o transtorno estará entre os 10 motivos mais importantes de comprometimento por doença.


O QUE É?


O transtorno obsessivo compulsivo caracteriza-se pela presença de obsessões e compulsões em um indivíduo. A psicoterapeuta clínica, formada pela PUC-RS, Letízia Rostirolla explica que ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀se dá pela presença de pensamentos obsessivos em um indivíduo "São pensamentos indesejados e que geram certa ansiedade e sofrimento na pessoa. Numa tentativa de neutralizar essa ansiedade ela acaba tendo comportamentos compulsivos, que podem ser desde atos mentais como contar as coisas, rezar... até comportamentos observáveis como lavar muitas vezes as mãos, organizar coisas em simetria, checar mais de uma vez as coisas...".

As consequências variam de acordo com a gravidade, mas sempre são acompanhadas de angústia e sofrimento, fazendo com que o paciente não relate o problema a terceiros ou relute em procurar ajuda. Geralmente, é um transtorno guardado em segredo. Quem tem sofre calado, sozinho, com medo de que os outros pensem que enlouqueceu. Por isso, o diagnóstico costuma demorar.

As compulsões são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar ou evitar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa.

Os rituais são repetidos infinitas vezes, apesar da sensação que a pessoa tem de que não fazem sentido.

Gleisson de Andrade, psicólogo clínico especializado em terapia cognitivo comportamental e companhamento a criança com TEA, fala sobre como o transtorno vem sendo banalizado:



QUAIS AS CAUSAS?


A causa mais comum para o desenvolvimento do TOC numa pessoa é, além do fator genético, a vivência de traumas na infância ou até mesmo na vida adulta. Por exemplo, abusos, negligência ou até a perda de algum ente querido.

"Costuma-se dizer que quem tem familiares com transtornos acaba, na infância, ficando com esse transtorno encubado. Ele dá alguns sinais de que tem algo diferente no seu funcionamento, mas ainda não fecha todos os critérios para o transtorno, os critérios do manual de diagnóstico. E aí, certo momento da vida, alguns eventos como stress ou traumas podem acabar desenvolvendo esse transtorno que já estava encubado no indivíduo"

afirma Letízia Rostirolla.


As pessoas podem desenvolver o transtorno em qualquer idade, porém, é mais comum que apareça na infância, a partir de 4 ou 5 anos. A recomendação do psicólogo Gleisson de Andrade é de que é importante os pais e responsáveis prestarem atenção se a criança possui preocupação excessiva ou pratica algum ritual que se repete sem parar.




FORMAS DE TRATAMENTO


O tratamento do transtorno obsessivo compulsivo envolve a psicoterapia, mas em muitos casos é necessário, também, a combinação da terapia com medicamentos. Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, em geral em doses elevadas e por tempo prolongado. A psicoterapia mais estudada é a terapia cognitivo comportamental, através da qual o paciente é estimulado a controlar seus pensamentos obsessivos e rituais compulsivos.

"Alguns casos mais leves de transtorno obsessivo compulsivo podem ser tratados apenas com a psicoterapia e muitas vezes o paciente fica livre de sintomas, tendo então uma melhora significativa melhorando sua qualidade de vida. Através da terapia cognitiva comportamental, a pessoa consegue controlar os pensamentos obsessivos e os rituais compulsivos, através de técnicas especificas de reeducação de pensamentos e comportamentos "

Fabiana Murer, psicóloga cognitivo comportamental especialista em transtornos de ansiedade.


Em casos mais graves, são realizados procedimentos radiocirúrgicos através de um equipamento chamado Gamma Knife. O aparelho realiza processos neurocirúrgicos de alta complexidade, sem demandar qualquer tipo de incisão ou abertura na caixa craniana dos pacientes. É utilizado para eliminar tumores malígnos e benígnos, entre outras lesões cerebrais, ao emitir um tipo de radiação conhecida como raios gama. No processo não há cortes ou sangramentos, apenas uma aplicação de raios gama extremamente precisa e focalizada no ponto a ser tratado. Com essas características, o Gamma Knife proporciona cirurgias ambulatoriais seguras, sem necessidade de longos períodos de internação.

O importante é que o TOC seja tratado continuamente, quanto mais tempo dura o tratamento, mais os sintomas vão diminuindo.










RELATO


Nicolas Cezar tem 18 anos, é portador do transtorno há 4 anos e, apesar de ter descoberto a doença no auge da adolescência e ter passado por momentos de altos e baixos, hoje consegue viver normalmente sua rotina.




TECNOLOGIA E AS DOENÇAS MENTAIS




Em um período onde a maioria tem acesso quase que ilimitado a qualquer tipo de informação seja por meio dos veículos de comunicação tradicionais ou pela internet, poucos se dão ao trabalho de pesquisar a fundo sobre esse tema. Outro fator que é determinante para essa falta de conhecimento por parte da população, é a falta de abordagem desses assuntos pela mídia, principalmente online, que hoje é uma das principais detentoras de atenção do público em massa.

Entre os transtornos de ansiedade, o transtorno do pânico tem sido mais frequentemente associado ao suicídio, seguido pelo transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Transtorno somatoforme e transtornos alimentares (anorexia nervosa e bulimia) também estão relacionados ao comportamento suicida.

OMS (Organização Mundial da Saúde)


Muitas das doenças da atualidade tem origem no estresse negativo, que é gerado por inúmeros agentes estressantes, como falta de tempo, trânsito caótico, condições de trabalho, entre outros. Aliado a isso, incluí-se o excesso de informação e o uso indiscriminado da tecnologia, representada por computadores, smartphones e tablets.

Infelizmente, a tecnologia e os avanços tecnológicos, apesar de trazerem ao Ser Humano muitas facilidades para os problemas do cotidiano, seu uso indiscriminado também tem gerado uma série de doenças e síndromes.



Atualmente existem tecnologias para auxílio de pessoas com problemas psicológicos,

um exemplo deles é a Eurekka, que nada mais é do que um Bot criado para auxiliar pessoas que suspeitam estar com algum problema, ou apenas tenham interesse por psicologia.

Para conversar, basta entrar na página do facebook da Eurekka e enviar uma mensagem. Lá você consegue tirar dúvidas, fazer testes e até agendar uma consulta com um psicólogo. Além do bot, o site da Eurekka oferece planos de treinamento para empresas e programas de aulas e grupos de apoio para pessoas com problemas psicológicos.

Outra, e muito importante, ferramenta é o CVV (Centro de Valorização da Vida), que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (188), email e chat 24 horas todos os dias.




Não sinta vergonha, procure ajuda!


 
 

O transtorno obsessivo compulsivo afeta de muitas formas diferentes a vida de quem o tem. Para ilustrar melhor suas manifestações separamos uma lista com 6 filmes que trazem personagens portadores da doença em sua trama.

Os filmes retratam as diferentes manifestações do transtorno e as diversas formas de lidar com o mesmo. Embora o tema seja abordado por diferentes gêneros no universo cinematográfico, todas as produções buscam dar ênfase ao assunto.

Confira:


AMORES OBSESSIVOS

A produção britânica conta a história de Mark (Michael Sheen), um bem-sucedido arquiteto que, repentinamente, perde o emprego, os amigos e, como se não bastasse, sua esposa pede divórcio devido ao seu comportamento que gera situações desconfortáveis. Mark conta apenas com o apoio de seu melhor amigo, que o recebe em sua casa e lhe recomenda tratamento médico. E é em uma dessas consultas que ele acaba conhecendo Charlotte (Shirley Henderson), uma jovem baixinha que, mesmo sem conhecê-lo, percebe que ele precisa de ajuda. Assim como Mark – que também sofre com os sintomas da Síndrome de Tourette – Charlotte é diagnosticada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

É a partir desses encontros que Mark e Charlotte começam a desenvolver uma bonita amizade, cujo alicerce se encontra no apoio mútuo que eles se dão ao lidar com suas limitações. Mark ainda tenta recolocar sua vida nos eixos, a começar pela reconquista da esposa e a volta para o antigo emprego, porém, nem tudo sai conforme planejado.



OS VIGARISTAS

Roy Walker (Nicolas Cage) é um homem que, além de hipocondríaco, também sofre com sintomas da Síndrome do Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Agorafobia. Entretanto, Roy também é um especialista na arte do crime que, juntamente com Frank (Sam Rockweel), aplica inúmeros golpes.

Tudo muda quando ele encontra Angela (Alison Lohman), sua filha de 14 anos que, até então, ele desconhecia. Por conta disso, Roy decide visitar um analista e dar início a uma reviravolta em sua vida. Para garantir uma boa aposentadoria, o golpista terá que orquestrar um último golpe. Ou, pelo menos, o que ele acredita ser o último.

Ao mesmo tempo em que o filme narra a transformação que a responsabilidade gerada pela descoberta da paternidade pode causar em um homem, o filme jamais perde de foco a questão da “vigarice”. O texto tece uma trama que até cede à tentação das reviravoltas, mas faz isso com inteligência, de modo que as três pontas de narrativa se amarrem de forma inesperada.


MELHOR É IMPOSSÍVEL

Ambientado em Nova Iorque, o filme narra a vida de Melvin Udall (Jack Nicholson), um escritor de romances de sucesso que adora fazer comentários maldosos para ofender as pessoas. Ele toma café todo dia na mesma lanchonete, onde Carol Connelly (Helen Hunt) é a única garçonete que o suporta. Melvin apresenta um quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), não toma os remédios receitados pelo psiquiatra, e não comparece em uma sessão há dois anos, desde o seu diagnóstico.

Seu vizinho é um renomado artista plástico chamado Simon Nye (Greg Kinnear), que é alvo constante de seus ataques verbais. Quando Simon é levado para o hospital após um violento assalto, Melvin cuida do cachorro de estimação do vizinho. A situação amolece o coração do escritor, fazendo nascer entre os três – Melvin, Carol e Simon – uma amizade capaz de finalmente fazê-lo feliz. Por fim, após se apaixonar por Carol, os sintomas de Melvin diminuem significativamente.



A MENINA NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Phoebe (Elle Fanning) é uma menina rejeitada por seus colegas de classe por conta de sua coprolalia, que é a tendência involuntária de proferir palavras obscenas ou fazer comentários geralmente considerados socialmente depreciativos e, portanto, inadequados. Ela apresenta também um quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) com sintomas psicóticos, no qual cria rituais autopunitivos para neutralizar as fantasias. Assim, machuca as mãos ao lavá-las exaustivamente, cria jogos intermináveis de pular até cair, e tem delírios e alucinações visuais com a história de “Alice no País das Maravilhas”.

Com o estresse do dia a dia, as obsessões e compulsões de Phoebe pioram, o que acaba criando forte pressão em seus pais. Ambos tentam compreender e ajudar a filha, mas Phoebe se esconde em suas fantasias, confundindo realidade com sonho. A menina terá que encarar um doloroso e emocionante processo, passando por uma bela transformação.


O AVIADOR

Dirigido por Martin Scorsese, "O Aviador" cobre duas décadas da vida do magnata Howard Hughes (Leonardo DiCaprio), excêntrico milionário da América dos anos 30 e uma das figuras norte-americanas mais marcantes do século passado. Hughes era apaixonado por aviões, cinema e mulheres.

O filme retrata a sua vida desde os finais dos anos 20 até aos anos 40, uma época em que ele era produtor em Hollywood, desenhava e criava aviões e relacionava-se com algumas das mais belas e elegantes mulheres da sua época, entre as quais duas lendas de Hollywood: Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).

Hughes também tinha as suas fobias, mostrando um comportamento obsessivo que o levaria ao isolamento.


TOC TOC

TOC TOC é uma adaptação espanhola da peça teatral homônima do dramaturgo francês Laurent Baffie que relata o encontro de cinco pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo na sala de espera de um renomado psiquiatra, este que, por sua vez, está horas atrasado.

A medida que os pacientes vão se conhecendo e as horas de passando, a ansiedade vai aumentando, causando uma situação estressante que faz com que os tiques, obsessões e rituais passam a ficar cada vez mais frequentes.

Dirigido por Vicente Villanueva, o filme foi aclamado pela crítica espanhola e um sucesso de bilheteria na Espanha, combinação perfeita para cair nas graças da Netflix, que comprou os diretos para reproduzi-lo.

 
 

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